Hábito em que Habito
Você me olha como um hábito.
Já faz tanto tempo...
Você me olha em silêncio, na quietude de um passado.
Você me olha quando chega e sai, no durante... não me vê.
Você me fala do dia e eu vejo a distância da noite, daquele amor e sinto a angústia do futuro.
Então uso uma lupa para enxergar o comum, de mais um dia agitado, é só isto!
E assim vou trocando de lente, pra perto e pra longe , na tentativa de compensar os momentos que me vejo no diminutivo do teu olhar.
E vou vivendo...
Suportando a cegueira das vendas que eu mesma fiz para continuar ao seu lado, invisível.
Só que já não dói tanto, me sinto anestesiada e inibida pelo medo da mudança!
Pois não ver, me faz tolerar a frustração da lembrança de que um dia
eu fui a menina dos teus olhos.