segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O Vazio do fim de ano...

Uma queixa comum nesta época do ano, é o stress. E junto com ele toda a sua potencialidade para cursar com outros sintomas comportamentais e físicos. Mas o que de fato será que acontece nesta época, que todos parecem correr na mesma direção buscando um não sei o que, num não sei aonde???
Pode parecer uma falta de planejamento e logística da vida. Mas há algo que me chama muito a atenção: Um vazio....a presença deste vazio...de uma espécie de fechamento de ciclo, mas que ainda não está completo. Há "coisas " pra fazer, entender, mudar, tirar, pensar, antes deste ciclo fechar. O que gera uma energia suficiente para as pessoas preencherem seus "vazios" ou somatizá-los. Funcionar com prazos ou metas , exigem uma certa gestão emocional. Daí a idéia de rever o conceito desta época em nossas vidas!
A neurose de dar presente e se fazer presente na vida das pessoas, precisa ser avaliada. Só vale a pena, se for na medida da saúde. Sem stress e com um objetivo interno bem resolvido. A neurose sempre quer agradar a todos....e que deixa melhor que esta para fazer "aqueles" acordos com a culpa, que deflagra toda esta questão. Fica a idéia.... Pensar melhor no prazer que faz sentido é bem melhor do que depois ter que lidar com um custo alto na conta do banco e do emocional. Fiquemos atentos às pegadinhas da mídia, aos primeiros destinos da pulsão econômica e vire o ano sem virar-se do avesso!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Anorexia & o Contemporâneo

Pensando na anorexia como sintoma .... sintoma que quer dizer algo. Então, pode-se pensar na estreita relação entre a linguagem na estrutura de um sujeito e nas patologias da neurose. A Anorexia quer falar de algo deste sujeito. Algo que ele não conseguiu deslocar em palavra. Usar aquilo que tenho  para falar de um corpo, de uma dor, de uma inibição, é justamente o âmago da questão. Quando o corpo recusa um alimento, ele recusa falar de si. Fica repetindo no sintoma uma forma fantasiada de uma realidade que não dá conta. Se fala com a boca na Anorexia....mas com a boca fechada. É preciso perceber se o campo da palavra está exposto ao sujeito anoréxico. Se a linguagem é constituinte para o sujeito, é possível pensar que em algum circuito da oralidade algumas letras constitutivas se perderam. Fazendo lacunas pulsionais confusas. É como se na musicalidade do som das palavras, se perdessem alguns tons e ritmos, transformando o sentido de uma determinada sentença. O sujeito faz um sintoma complexo de pulsão de morte, pois pode ser a única forma que consegue fazer se ouvir pelo outro. Há um rompimento com àquele traço primário de satisfação remanescente , em que o bebê é alimentado e satisfeito por um momento....até frustrar e assim sucessivamente. Sair deste lugar de desejo do outro é ir para onde? Para um não lugar. Por isso, podemos dizer que o estímulo do culto ao corpo, pode sim ser um fator desencadeante para a Anorexia, mas não deflagra sem a onipotente presença da estrutura neurótica da linguagem em sua face patológica, porém latente, esperando um grito interno para emudecer e só falar a partir de um sintoma . Sintoma sustentado por uma escolha.....aquela que de alguma forma , muitas vezes fatal, limita o outro à sua insignificância, dando um novo tempo e espaço para um novo corpo que padece em si todo o silêncio daquelas palavras “malditas”, que recusando ou regurgitando sílabas ...ainda é preciso escutar ! E aqui tem –se uma direção de cura. Escutar sem ânsia da necessidade ou Demanda do óbvio, daquilo que dá vida ao corpo e mente, o alimento. É preciso ir ao Desejo deste paciente. E de alguma forma dentro do tempo lógico de Lacan:” tempo de ver, tempo de compreender e momento de concluir”. É interessante pensar que o foco deste paciente é atemporal, ele perdeu a noção do tempo . Vida e Morte se cruzam numa ambivalência delirante. Não fiquemos no enunciado ( Vamos! Coma!) veja a enunciação: (Ok. Mas me fale de você...) Agora, já existe um lugar para lidar com este sujeito.
 Entre ganhos e perdas, há um caminho de volta!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

INSEGURANÇA

A insegurança faz parte da vida que é vivida. Da vida que nos desafia a buscar mais....ir além . Mas há momentos em que ela parece nos mortificar, tamanha inibição que ela provoca em nossos pensamentos e atitudes. O primeiro passo é quase impossível! Quase.... pois geralmente o segundo passo, já não consome tanto. Mas por que isto acontece? O medo de não ser aceito pelo outro, pode nos tornar mais vulnerável . Este sentimento pode ter origem geralmente na infância. Mas pode ser desencadeado a qualquer tempo...
Pois na infância o olhar daquele grande Outro, de nossos pais , por exemplo, ou de alguém que representa uma importância de um significante, pode desencadear em nossa estrutura uma forma de aceitação, de estima que vai nos marcar de alguma forma. Para uns, numa relação saudável, suficientemente boa com os outros que nos são referência e importância, formamos um pilar que sustenta melhor as frustrações. Por outro lado, quando este pilar não se edifica, podemos ficar mais expostos e menos crédulos da nossa capacidade. Não culpemos ninguém! Não se trata disto. Agora, podemos optar em construir esta forma de lidar com o efeito da causa. Buscar nas palavras um novo significado para trabalhar nossos medos e nas atitudes a chance de vencê-los. Todos nós lidamos com a insegurança.... ela é inerente ao que é humano. Mas quando ela nos paralisa, busque ajuda ok?

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

FRAÇÂO

Vida é existência.
 Parece tão simples resumir toda complexidade da natureza desta forma. Mas a grande questão é o que fazemos com ela quando somos convocados a Viver. Não é só decifrar aonde ela começa e porque termina. Se existir é um desejo de um Outro, então partimos da premissa de que a nossa existência por si só, é aleatória a nossa vontade. Mas a essência que vem com ela é o que nos adota. Então a Vida se faz em algum sentido que vamos descobrindo ao longo dela. A ética da vida é viver! Vida + Vida é = a uma nova existência que se desdobra em uma nova vida. Existir com tudo aquilo que a Vida tem , incluindo o seu fim, nos torna um sujeito capaz ou não de lidar com ela. Viver é uma  arte. Descubra o seu talento!

domingo, 28 de agosto de 2011

RETALHOS

Sequestrada pelo teu olhar , me apaixonei. E segui meus anos ao seu lado. Deixando pra trás o passado e fazendo a minha colcha de retalhos novos.  Mas esqueci que cada retalho trás impregnado um pouco de passado... Meu? Seu? Nossos? Simmmmmmmm.  Histórias de vidas que se alinhavam no presente inevitavelmente trazem suas marcas, seus desenhos. Quando me dou conta que o meu horizonte só vai até aonde você permite, tento num contra ponto desesperado, me alinhar aos teus passos e de novo, sou sua. Tento correr, mas sei que meu fôlego é curto. Não quero ir tão longe, sem você. Então eu ando do meu jeito. Lamento a mim mesma num dia feio e espero o sol.  Já não falo mais, pois sei das suas limitações, ainda que não as aceite, optei por adaptar-me. E no cárcere que construí, uso a minha imaginação para poder voar... Joguei a chave fora por opção. Há algo maior que compensa. Não espere que eu explique. Não há resgate para uma escolha assim. Bem, foi uma escolha... vou então continuar assim...confortavelmente coberta com a minha colcha .

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Jogo sem vitória

"Entrei no teu jogo! Você conseguiu atingir o meu ponto fraco. Agora sou refém da minha própria fraqueza na força perversa das tuas mãos". Palavras de um paciente que me fez pensar no por quê de algumas pessoas não conseguirem sair de uma relação infeliz. De estar com alguém pelas razões erradas e sentimentos controversos. O sujeito não sente mais admiração , mais carinho, mais química , que antes sentia; Já não vê mais um sentido no objeto de amor nem na relação em si. Nem mesmo acredita que ele ainda aceita tal situação em sua vida. Neste "Nó Borromeu" que está articulado ainda, o que então mantém este sujeito ligado a alguém que lhe faz mal? Penso ser o fantasma de um sintoma deste sujeito. Pode ser algo que se organizou lá na infância, na adolescência ou mesmo num momento difícil da vida. Não houve tempo ou desejo para resolver esta "falha", que agora aparece repetidamente, de forma primeiramente inconsciente e depois mais consciente nas vicissitudes da forma de lidar com as pessoas , o mundo e si próprio. A posição em que este sujeito se coloca. Quem sai ganhando ? geralmente , ninguém! Pois quem vive uma relação assim, sabe que nada flui naturalmente.... é preciso um grande esforço de ambas as partes para manter toda esta energia do sintoma. Há um desgaste imenso do amor próprio. Aqui falo da parte que não consegue se desprender e não da parte que prende. Bem, se em algum momento, acontece um insight , como este que aconteceu com o meu paciente, há uma probabilidade deste paciente lidar com o seu real sintoma e não com um representante dele . Agora há um lugar para resolver esta questão e não as que são geradas e repetidas por ela. Quando o jogo termina, uma nova perspectiva se abre. Sustentar uma relação doentia é adiar o inevitável encontro consigo mesmo.

terça-feira, 12 de julho de 2011

A DANÇA DAS ESCOLHAS...

A liberdade é um estado de alívio completo! Uma dança... que exige a disciplina de uma bailarina e a precisão de seus passos. Mas com a leveza de um salto , depois de um grande esforço de propulsão de uma delicada sapatilha de ponta. Como disse minha filha, é um "pássaro voando dentro de você". Não preciso pensar em adrenalia para ser livre! não falo da catarse de pular de pára quedas.... falo de um outro salto... aquele salto que sempre tivemos medo, ou seja lá o que for que impedia. Ser livre por alguns momentos é quase um transe...ser livre , estar livre de algo que me prendia, é um doce encontro com a felicidade. Imaginar.... a liberdade maior! Não precisamos de movimentos radicais para sermos livres. Estar livre de uma doença, estar livre da rotina, estar livre para viajar, estar livre daquela gordurinha que encomoda, estar livre de uma ditadura, de uma ideologia, de alguém.... bem tudo começa num estado de, e só depende de você evoluir para o ser. Logo, estar livre momentaneamente é uma coisa. E ser livre..... já é quase um rompimento visceral . A liberdade insana, egoísta, é triste! É na verdade um grande engano de quem não está comprometido com a vida e os valores essenciais do que é humano. Ser leal à liberdade é pensar no outro também. Pois com certeza, a sua liberdade termina onde começa a do outro. Mas no devaneio de um momento, onde não precisamos de nenhuma química para sentí-la.... A liberdade se encontra naquilo que acreditamos e investimos. Pense por um momento: Será que o que me prende, está em mim mesmo? Bem, então há uma escolha! É isso! Ser livre é ter a possibilidade da escolha! É preciso coragem para ser livre. pode haver o desafio de renunciar a algo... Bem seja como for, você pode ser livre por pura e espontânea escolha!!! Coloque a sua sapatilha de ponta e dançe a sua liberdade conforme a melodia da sua música....aquela..... que só você sabe ou ainda descobrirá!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Saudade

Me fale da saudade... como não sentir saudades? às vezes dói, outras nem tanto. Lembranças são momentos de falta sem saudade. Lembranças, doem menos. Mas a saudade... é uma tatuagem!
Ela está marcada na pele, num cheiro, num gesto, num silêncio, num olhar... é um sentimento de retorno.
A minha história é cheia de saudades.... pois já foi, é passado! Mas se faz presente, quando sentida.A saudade é a presência de uma ausência a espera de um reencontro. Não há, muitas vezes, um objeto defenido. Há algo que remete! Que palavra heim? SAUDADE; SAÚDE-IDADE; Fragmentando esta exclusividade do português,  há uma união de corpo e fases. Então cada fase da vida, a saudade vem com uma percepção diferente. Porém não menos ou mais. Ela tem luz própria. Decifrar a sua saudade é saber um pouco mais de você. Que coisa é essa que me faz ir, mas deixa partes de mim no que ficou?
Que companheira eterna do sujeito que só sente saudade daquilo que viveu. Se não, é arrependimento.
Sentir a transitoriedade da saudade, é como admirar e sustentar o desabrochar de uma linda flor num momento, numa época. Na sua efêmera passagem ... Então, sentir saudades é bom. Negá-la, é fuga.
Viver de saudade, não é vida! Viver para contar histórias que deixaram saudades, são experiências. 

terça-feira, 24 de maio de 2011

A Saída da Perda.

Quem sente uma perda, é porque um dia já teve de alguma forma aquilo que perdeu. Nem que apenas a esperança de um dia ter. Quando acontece esta ruptura , vem a impotência desta dor, daquilo que eu não posso mais mudar. Acabou. Ok, o luto começa a articulação das suas 5 fases e se bem sucedida, escapamos da implacável melancolia. Mas cada um de nós tem um ritmo para lidar com as suas perdas. E isto é de extrema importância para  o sujeito. A perda nos é familiar, uma dor quase conhecida... porque é um dos primeiros sentimentos que vivenciamos na primeira infância, na relação ainda simbiótica com a mãe, que vem a ser saudavelmente,  atravessada pela presença do Pai. Então, por isto Freud escreve que o" estranho é familiar". E se assim, já conhecemos este sentimento, por isto o tememos. Não temos medo só do desconhecido... daquilo que formamos um juízo de valor e afeto, também nos inibe. Mas passado o dano da perda, precisamos pensar em ganhos. Pois se ficarmos paralisados no dano, a vida não segue. Aprender a conviver com a perda já é um ganho. A saudade são lembranças que doem... quando conseguirmos viver com estas lembranças convertidas em história pra contar, experiência pra passar, algo para não repetir, onde o lamento nos fortalece e não nos destrói, a única saída é não se perder junto, isto é a melancolia que falei acima, logo, não podemos usar o se... se eu não tivesse.... se eu tivesse...., precisamos das lembranças sem dor, que nos referencialize na vida e em direção a ela. Naquilo que somos , porque um dia fomos. Na verdade, passamos a nossa vida lidando com a nossas perdas. Não tem fim. Mas nem por isto deixamos de aprender com elas, por piores que sejam... existe aí um lugar de alento, dentro de você! Se não volta mais, não será mais como era, então precisamos fazer de um novo jeito para conseguir viver apesar do pesar da perda. Não tentemos voltar ao absoluto daquilo que era! Será uma busca sem fim. Lide com a dor a seu tempo e guarde as boas lembranças no coração, a saudade nos momentos em que as lágrimas chegam, e a esperança de que  você conseguirá nas margens do tempo, viver em Lá maior e não em Dó menor na melodia de tudo que ainda está por vir.
Bjs,e em especial há uma querida família, a quem dedico estas linhas.
Ale.  

terça-feira, 17 de maio de 2011

A Espera

Às vezes a espera é algo insuportável. Impaciência? Não só...
É impressionante a capacidade que temos de transformar uma letra ,
no alfabeto! Entendo que quando se está esperando por algo ou alguém, nos tornarmos vulneráveis e tendenciosos. Penso em confiança e estima. Pois o pensamento entra num viés negativo e parece atualizar todos aqueles sentimentos de fracasso e rejeição. E isto é puro devaneio transitório da espera. Para o prazer de uma espera não se transformar na tortura do abandono, onde uma onda de adrenalina invade o corpo e "pensar o pior" é inevitável, PARE  o curso deste pensamento , criando uma nova perspectiva de pensamento. Pense algo positivo. Crie possibilidades para justificar esta espera, sem sofrer tanto. O esperado, pode não fazer a mínima ideia do julgamento pelo qual ele já passou. É importante, deixar o outro se explicar de forma imparcial. Se você já cria uma postura reativa diante da circunstância, talvez jamais saberá realmente o que aconteceu. Não sucumba ao gozo histérico da expectativa de uma espera, sem antes, ouvir o outro lado. Afinal, quem espera também é esperado.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A Culpa.

Se existe uma palavrinha que poderia ser quase um sinônimo da neurose, é a Culpa.. Diferentemente do que muitos pensam a neurose é uma estrutura saudável, justamente por ser imbuída da dúvida, da falta, da diferença e da culpa. Freud, quando colocou que o sujeito em sua estrutura pode ser neurótico, psicótico ou perverso, estava atento a este sentimento : sentir-se culpado. Então, vendo por este prisma, ser neurótico na estrutura e sentir culpa, não é ruim, pois são os sinalizadores da minha suposta normalidade. O psicótico vive no campo da certeza. E o perverso , no da estratégia. Ambos não sentem culpa. Bem, mas para não quero teorizar... só quero dizer que se a culpa nos torna capazes de amar e trabalhar(definição freudiana de normal) porque sofremos tanto com ela? É um sentimento aniquilador, que nos deixa em cárcere privado e provoca vários sintomas orgânicos desagradáveis, pela somatização. Importante pensarmos na culpa em formas distintas: Sentir-se culpado , estar culpado e ser culpado. No último caso parece que já houve um julgamento de valor, de mérito. Mas a semelhança é intrigante: A culpa  é sempre depois do pensamento ou ato. Porque será? A culpa é um afeto que silencia a narrativa de um desejo. Então é importante se perguntar, antes mesmo de vitimar-se ou julgar-se, se culpando.... na causa , no antes. Se havia um desejo, havia uma verdade. Fato. Não importam mais as "desculpas" que me levaram a fazer isto ou aquilo. Portanto, nesta reflexão, crio um paradigma de antes de narcisicamente julgar a culpa ,  questionar o que me levou a agir assim. A partir disto, terei uma escolha de abreviar uma relação ou renová-la . Na hipocrisia do ego, há uma tendência de colocar a culpa como fim. E se a considerássemos como uma aliada? que pode nos dizer algo mais além? Penso que temos escolha na culpa, se não a infantilizarmos. Assim, saberemos melhor o porquê deste sentimento tão limitante, mas que se bem pensado, pode ser LIBERTADOR.
Ale.

domingo, 24 de abril de 2011

O Filme!!!!

Paris.
A felicidade não é plena por uma questão de pura sanidade. Temos momentos de felicidade. Hoje as pessoas parecem não admitir mais sofrer! Preferem escolher um roteiro idílico. Sofrer passou a ser um fracasso fashion. Sofrer é out! Mas é no sofrimento que muitas vezes vencemos os nossos maiores medos ou no mínimo, nos damos conta deles. Então vamos às pílulas para não sentir. Mas qual é o problema de estar triste? Ter um momento de luto? Demorar para tirar o pijama? Veja, não falo de depressão! Falo de tristeza, daquele choro que faz bem. "Lava a alma"! O equilíbrio da vida  está exatamente na intersecção do desequilíbrio destas emoções. Não compactue com velocidade das informações, sem antes senti-las. Desde de pequenos, aprendemos que chorar é feio, que o que dói,  já vai passar, e acabamos condenados a própria sorte de um não saber sentir. Então, se perceba por um instante! Veja qual o recado da dor e responda com consciência. Assim, essa dor não vira uma ameaça! Pois a ameaça é o fracasso do diálogo. Converse mais consigo mesmo e faça o seu filme. Ação?!
Ale.

domingo, 17 de abril de 2011

Angústia

Tem dias que parece que uma sombra nos segue...
Uma angústia, uma "coisa", uma estranhamento" com o cotidiano
Nada parece estar certo ou no lugar certo! sabe aquele Sei lá ? Qualquer coisa?
Mas conversando com  que um paciente, sobre esta sensação de que algo está a mais, fora de foco ,me ofuscando, pesado e frágil...
Pensei que pode ser o oposto: tem algo de menos.
Pois esta sombra pode ser justamente a falta da minha metade, daquela que não dou conta.
Se trata da sombra da metade que ficou e que é sugada por esse imenso vazio.
Daí, este sentimento de buraco negro. Prestemos mais atenção se aquilo que atrapalha a minha luz é do outro que me apaga , naquilo que projeto, ou se fui eu mesmo que vivo pela metade e me assusto com o lado que não quero ver por ignorância ou defesa. Se conhecer, fazer análise, dói, porque precisamos sair da sombra.  

Ale

terça-feira, 12 de abril de 2011

Mulheres no singular

Hoje me sentei e comecei a escrever no meu consultório, um pouco desta questão de ser mulher. Sim, pois  somos  questão e não conceito.
Não dá para definir o que é mulher. Podemos até mensurar o feminino de uma enquanto especulação. Mas dizer onde começamos , qual o nosso meio e o nosso final, já se torna muito relativo. Quando acordamos hoje pela manhã, já éramos diferente daquela que acordou ontem... ou pelo sol,  pelo nublado, pelo passarinho que não cantou, pelo cheiro de café, ( que penso: Ufa! a minha funcionaria não faltou, hoje, tudo certo.), pelo cabelo que não se ajeita, o meu dente que hoje, não ontem, achei mais amarelo , mais torto... mas amanha eu sei que irei acordar diferente, só Deus sabe, como. Problemas de humor, ciclotimia? Penso que a mulher, de uma certa medida,  é ciclotímica não patológica por natureza. Faz  parte do contexto nosso de cada dia, uma oscilação básica de humor. E não me refiro àqueles dias...

segunda-feira, 11 de abril de 2011

É hora de dormir!

Para a Insônia dos pequeninos...

" Se concentre na minha voz e deixe -a te guiar.
Relaxe , solte a sua cabecinha no travesseiro, solte os ombros e costas... e vai soltando todo o seu corpinho até o dedinho do pé! Respire! Que bacana ouvir a respiração. Relaxe o rosto, a bochecha, a boca e os olhinhos. Não esqueça das orelhas , sobrancelhas e até dos cabelos! Eles também querem descansar!
O seu corpo quer dormir e a sua mente vai sonhar! Pois assim, ela também irá relaxar.
Imagine uma nuvem bem branquinha...bem fofinha...e beeeeeeeeeemmmm grandona pra deitar.
Feche os olhinhos , que pesados já estão...
E agora durma para sonhar...
Sonhe para lembrar...
Pois os sonhos , também querem descansar!
Shshsh...
Vamos deixá-los então sonhar."

Boa Noite!

Ale.

sábado, 9 de abril de 2011

Hoje falei muito sobre amores e dissabores... parece que o verbo amar está ficando difícil se ser conjugado.  !Sempre na primeira pessoa! penso que é medo... Pessoas que já sofreram por amor criam um mecanismo de defesa tão potente que fazem da indiferença a sua principal minução. Logo, em nome da defesa, atacamos a possibilidade do amor em potencial, quando ele se apresenta e nos boicotamos imediatamente. Pois quanto mais vivo um amor patológico, mais garantido estou de que este amor não é certo para mim; e assim vou me protegendo de meus traumas . Pois, se abro a guarda para a entrega do amor com A maiúsculo, mais riscos corro em reviver aquela dor que um dia senti. Ou seja, que ama fica vulnerável mesmo, se entrega, e não tem manual nem garantia. O amor se reconfigura a cada santo dia  na sua constância. Acho interessante pensar se amo pelos sentimentos certos. Amar é uma entrega plena e não um delivery. 

 Bom final de semana! Ale.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Ansiedade : ânsia - de - idade...

Ansiedade não resumida ao seu conceito, se torna uma questão! Ansiedade de que? geralmente ela tem nome , se não é Angustia. Falta o ar ou simplesmente fica pesado respirar, uma inquietude toma conta do corpo e da mente, um suor sem calor, um rubor sem dor,um tremor sem frio e aquela sensação de que uma notícia ruim vai chegar... ah.... que turbilhão de sintomas! Pronto, chegamos a questão da qual me referi. Quanto mais nos anestesiamos maior ela fica! A medicação certa , muitas vezes é essencial para o tratamento. Mas eu não falo apenas de ansiolíticos. Bem, mas porque me desorganizo diante de algumas coisas da vida ou a morte em forma de ansiedade que mal me faz? sim pois na medida, ela nos salva da inércia  filosófica da vida e nos ajuda a trabalhar, produzir e reagir. ok! mas parce que quanto mais penso, pior eu fico. Por isto digo: É apenas um pensamento movido pela própria ansiedade e não para falar dela. Insight! vamos falar dela então ? onde ela não domina? Ela veio nos dar um recado.Algo não vai bem... não está em equilíbrio entre mim e o mundo. A mudança tende a piorar este estado. Falemos dela com quem entende dela. Não se é ansioso patológico! Se está!  
Ale.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Hábito em que Habito

Você me olha como um hábito.

Já faz tanto tempo...

Você me olha em silêncio, na quietude de um passado.

Você me olha quando chega e sai, no durante... não me vê.

Você me fala do dia e eu vejo a distância da noite, daquele amor e sinto a angústia do futuro.

Então uso uma lupa para enxergar o comum, de mais um dia agitado, é só isto!

E assim vou trocando de lente, pra perto  e pra longe , na tentativa de compensar os momentos que me vejo no diminutivo do teu olhar.

E vou vivendo...

Suportando a cegueira das vendas que eu mesma fiz para continuar ao seu lado, invisível.

Só que já não dói tanto, me sinto anestesiada e inibida pelo medo da mudança!

Pois não ver, me faz tolerar a frustração da lembrança de que um dia

eu fui a menina dos teus olhos.