quinta-feira, 21 de julho de 2011

Jogo sem vitória

"Entrei no teu jogo! Você conseguiu atingir o meu ponto fraco. Agora sou refém da minha própria fraqueza na força perversa das tuas mãos". Palavras de um paciente que me fez pensar no por quê de algumas pessoas não conseguirem sair de uma relação infeliz. De estar com alguém pelas razões erradas e sentimentos controversos. O sujeito não sente mais admiração , mais carinho, mais química , que antes sentia; Já não vê mais um sentido no objeto de amor nem na relação em si. Nem mesmo acredita que ele ainda aceita tal situação em sua vida. Neste "Nó Borromeu" que está articulado ainda, o que então mantém este sujeito ligado a alguém que lhe faz mal? Penso ser o fantasma de um sintoma deste sujeito. Pode ser algo que se organizou lá na infância, na adolescência ou mesmo num momento difícil da vida. Não houve tempo ou desejo para resolver esta "falha", que agora aparece repetidamente, de forma primeiramente inconsciente e depois mais consciente nas vicissitudes da forma de lidar com as pessoas , o mundo e si próprio. A posição em que este sujeito se coloca. Quem sai ganhando ? geralmente , ninguém! Pois quem vive uma relação assim, sabe que nada flui naturalmente.... é preciso um grande esforço de ambas as partes para manter toda esta energia do sintoma. Há um desgaste imenso do amor próprio. Aqui falo da parte que não consegue se desprender e não da parte que prende. Bem, se em algum momento, acontece um insight , como este que aconteceu com o meu paciente, há uma probabilidade deste paciente lidar com o seu real sintoma e não com um representante dele . Agora há um lugar para resolver esta questão e não as que são geradas e repetidas por ela. Quando o jogo termina, uma nova perspectiva se abre. Sustentar uma relação doentia é adiar o inevitável encontro consigo mesmo.

terça-feira, 12 de julho de 2011

A DANÇA DAS ESCOLHAS...

A liberdade é um estado de alívio completo! Uma dança... que exige a disciplina de uma bailarina e a precisão de seus passos. Mas com a leveza de um salto , depois de um grande esforço de propulsão de uma delicada sapatilha de ponta. Como disse minha filha, é um "pássaro voando dentro de você". Não preciso pensar em adrenalia para ser livre! não falo da catarse de pular de pára quedas.... falo de um outro salto... aquele salto que sempre tivemos medo, ou seja lá o que for que impedia. Ser livre por alguns momentos é quase um transe...ser livre , estar livre de algo que me prendia, é um doce encontro com a felicidade. Imaginar.... a liberdade maior! Não precisamos de movimentos radicais para sermos livres. Estar livre de uma doença, estar livre da rotina, estar livre para viajar, estar livre daquela gordurinha que encomoda, estar livre de uma ditadura, de uma ideologia, de alguém.... bem tudo começa num estado de, e só depende de você evoluir para o ser. Logo, estar livre momentaneamente é uma coisa. E ser livre..... já é quase um rompimento visceral . A liberdade insana, egoísta, é triste! É na verdade um grande engano de quem não está comprometido com a vida e os valores essenciais do que é humano. Ser leal à liberdade é pensar no outro também. Pois com certeza, a sua liberdade termina onde começa a do outro. Mas no devaneio de um momento, onde não precisamos de nenhuma química para sentí-la.... A liberdade se encontra naquilo que acreditamos e investimos. Pense por um momento: Será que o que me prende, está em mim mesmo? Bem, então há uma escolha! É isso! Ser livre é ter a possibilidade da escolha! É preciso coragem para ser livre. pode haver o desafio de renunciar a algo... Bem seja como for, você pode ser livre por pura e espontânea escolha!!! Coloque a sua sapatilha de ponta e dançe a sua liberdade conforme a melodia da sua música....aquela..... que só você sabe ou ainda descobrirá!